LEI Nº. 419, DE 01 DE OUTUBRO 1986

 

DISPÕE SOBRE O PARCELAMENTO DO SOLO URBANO NO MUNICÍPIO DE BOA ESPERANÇA, ESTADO DO ESPÍRITO SANTO.

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ETURY BARROS, Prefeito Municipal de Boa Esperança, Estado do Espírito Santo, faço saber que a câmara Municipal Decretou e eu Sanciono a seguinte Lei:

 

CAPÍTULO I

 

DISPOSIÇÕES GERAIS

 

Art. 1º - O parcelamento do solo para fins urbanos, será procedido na forma desta Lei e das Normas Federais e Estaduais aplicáveis à matéria.

 

Art. 2º - O parcelamento do solo para fins urbanos poderá ser efetuado mediante loteamento ou desmembramento;

 

§ 1º - Considera-se loteamento a subdivisão de gleba em lotes destinados à edificação, com abertura de novas vias de circulação, de logradouros públicos ou prolongamento, modificação ou ampliação das vias existentes;

 

§ 2º - Considera-se desmembramento a subdivisão de gleba em lotes destinados à edificação, com aproveitamento do sistema viário existente, desde que não implique na abertura de novas vias ou logradouros públicos, nem no prolongamento, modificação ou ampliação das já existentes.

 

Art. 3º - Em função do uso a que se destinam são os loteamentos classificados nas seguintes categorias:

 

I - Loteamento para uso residencial - são aqueles em que o parcelamento do solo se destina à edificação para atividades predominantemente residenciais, exercidas em função de habitação, ou de atividades complementares ou compatíveis com essa;

 

II - Loteamento para uso industrial - são aqueles em que o parcelamento do solo se destina predominantemente à implantação de atividades industriais e de atividades complementares ou compatíveis com essa;

 

III - Loteamento para urbanização específica são aqueles realizados com o objetivo de atender à implantação dos programas de interesse social, previamente aprovados pelos órgãos públicos competentes, com padrões urbanísticos especiais, para atender às classes de população de menor renda;

 

IV - Loteamentos destinados à edificação de conjuntos habitacionais de interesse social – são aqueles realizados com a interveniência ou não do Poder Público, em que os valores dos padrões urbanísticos são especialmente estabelecidos na construção de habitação de caráter social para atender as classes de população de menor renda.

 

Art. 4º - Somente será admitido o parcelamento do solo para fins urbanos, nas áreas urbanas e de expansão urbana, assim definidas por Lei Municipal.

 

Art. 5º - Não será permitido o parcelamento do solo em:                

 

I - Terrenos alagadiços ou sujeitos à inundação, antes de tomadas as providências para assegurar-lhes a proteção e o escoamento das águas;

 

II - Terrenos com declividades igual ou superior a 30% (trinta por cento);

 

III — Terrenos onde as condições geológicas não aconselham a edificação;

 

IV - Terrenos aterrados com lixo ou matérias nocivas a saúde pública, sem que tenham sido previamente saneados;

 

V — Terrenos onde a poluição impeça condições sanitárias suportáveis, até sua correção;

 

VI - Áreas de preservação ecológica, definidas em legislação federal, estadual ou municipal.

 

Art. 6º - Na implantação dos projetos de loteamento será obrigatória a manutenção da vegetação existente e a observância topografia local, não se permitindo movimento de terras, cortes e aterros, que possam alterar predatoriamente as formas dos acidentes naturais da região.

 

CAPÍTULO II

DOS REQUISITOS URBANÍSTICOS PARA LOTEAMENTO E DESMEMBRAMENTO

 

SEÇÃO I

DOS LOTEAMENTOS

 

Art. 7º — Os loteamentos deverão atender aos seguintes requisitos:

 

I - As áreas destinadas a uso público, como sistema de circulação, implantação de equipamentos comunitários bem como os espaços livres, não poderão constituir, em um todo, parcela inferior a 35% da gleba a ser parcelada,observada a seguinte proporção:

 

a) 5% para espaços livres de uso público;

b) 10% para equipamentos comunitários;

 

II - Os lotes deverão ter área mínima de 150,00 M2 (cento e cinqüenta metros quadrados) e frente mínima de 1O,OOM (dez metros), salvo quando o loteamento se destinar a urbanização específica ou conjuntos habitacionais de interesse social;

 

II- Para efeito de parcelamento e averbação perante o Cartório do Registro  de Imóveis em todas as áreas de perímetro urbano do Município, os lotes terão área mínima de 240,00m' (duzentos e quarenta metros quadrados), sendo no mínimo de 12,00111 (doze metros) de frente e fundo e 20,00m (vinte metros) em cada lateral,  para  fins residenciais. (Redação dada pela Lei n°1581/2015)

 

II - Para efeito de parcelamento e averbação perante o Cartório do Registro de Imóveis em todas as áreas de perímetro urbano do Município, os lotes deverão ter área mínima de 240,00m2 (duzentos e quarenta metros quadrados), sendo vedada medida inferior a 12,00m (doze metros) de frente. (Redação dada pela Lei nº 1619/2016)

 

§ 1º - Os lotes que se destinarem a conjunto habitacional de interesse social, definido em lei especifica, poderão ter no mínimo 150,00m2 (cento e cinquenta metros quadrados), sendo vedada medida inferior a 1O,OOm (dez metros) de frente; e(Redação dada pela Lei nº 1619/2016)

 

§ 2° - Os lotes existentes que estão em área urbana consolidada, poderão ser desmembrados com área mínima de 150,00m2 (cento e cinquenta metros quadrados), sendo vedada medida inferior a 10,00m (dez metros) de frente. (Redação dada pela Lei nº 1619/2016)

 

III — Ao longo das águas correntes e dormentes e das faixas de domínio público das rodovias, ferrovias e dutos, será obrigatória a reserva de uma faixa “non aedificandi” de 15,OOM (quinze metros) de cada lado;

 

IV - implantação, no mínimo, dos seguintes equipamentos urbanos:

 

a) rede de escoamento de águas pluviais;

b) rede e equipamentos para abastecimento de água potável;

c) rede de energia elétrica;

d) rede de esgoto sanitário, em todas as vias, com tratamento primário antes da final do efluente, devidamente aprovado pelo órgão competente, quando a gleba a ser parcelada no apresentar condições geológicas que permita a implantação de fossa séptica e sumidouro.

 

Art. 8º - Quando a solução de drenagem for feita através de galerias será admitida a sua utilização também como rede de esgoto sanitário desde que obedecido o disposto na letra D do inciso IV, do artigo 7º, desta Lei.

 

Art. 9º - Os lotes, quando situados em esquina, deverão obedecer às exigências de testada para ambos os logradouros.

 

Art. 10 - O comprimento das quadras não poderá ser superior a 200,00M (duzentos metros), nem inferior a 60M (sessenta metros), e a largura máxima admitida será de 100M (cem metros) (anexo I).

 

Art. 11 - Quando o terreno apresentar inclinação superior a 15% (quinze por cento) serão admitidas quadras com tamanho diferente ao referido no artigo anterior, desde que:

 

a) As vias sejam no sentido das curvas de nível;

b) Sejam projetadas passagens para pedestres com largura mínima de 3,00M (três metros).

 

Art. 12 - Consideram-se espaços livres de uso público as praças, jardins, parques e demais áreas verdes.

 

Art. 13 - Consideram-se comunitários os equipamentos públicos de educação, cultura, saúde, lazer, segurança e correlatos.

 

SEÇÃO II

DO SISTEMA DE CIRCULAÇÃO DOS LOTEAMENTOS

 

Art. 14 - As vias do loteamento deverão articular-se com as vias adjacentes oficiais, existentes ou projetadas, e harmonizar-se com a topografia local.

 

Parágrafo Único - Só serão permitidas vias locais sem salda, quando providas de praças de retorno na extremidade, que permita a inscrição de um círculo de diâmetro mínimo de 14,00M (quatorze metros), devendo ser prevista uma passagem para pedestres em sua extremidade, (anexo 1).

 

Art. 15 - A largura das vias de circulação nos loteamentos deverão atender as seguintes exigências (anexo 1);

 

I - Vias principais: largura mínima de 15,00M (quinze metros);

 

II - Vias secundárias: largura mínima de 12,00M (doze metros);

 

III - Vias locais: largura mínima de 10,00M (dez metros);                

 

IV - Vias de pedestres: largura mínima de 3,00M (três metros).

 

Art. 16 - As vias de circulação classificam-se para efeito desta Lei, em função dos seguintes elementos:

 

I - vias principais - São aquelas que coletam e distribuem o fluxo de transito entre as vias expressas (estradas ou vias de alta velocidade) e as vias secundárias;

 

II - vias secundárias - são aquelas que coletam e distribuem o trânsito entre as vias principais e locais, podendo também dar acesso aos lotes;

 

III - vias locais - são aquelas que dão acesso aos lotes residenciais, ou industriais, ligando-se quase sempre a uma via secundária;

 

IV - vias de pedestres – São aquelas destinadas ao uso exclusivo de pedestres.

 

Art. 17 - A declividade mínima permitida nas vias de circulação será de 0,5% (meio por cento) e a máxima ser de 7% (sete por cento), excetuando-se nas vias 15% (quinze por cento) (anexo 1).

 

Art. 18 - A largura de uma via que constituir prolongamento de outra já existente, ou constante de plano já aprovado pela Prefeitura, não poderá ser inferior à largura desta, ainda que, pela sua função e características, possa ser considerada de categoria inferior.

 

Art. 19 - A divisão das vias de circulação em pista de rolamento e passeios ou calçadas deverá obedecer os seguintes critérios, (anexo 1);

 

I - a pista de rolamento será composta de faixas de 3,5CM (três metros e cinqüenta centímetros);

 

II - os passeios ou calçadas deverão ter declividade de 3% (três por cento) no sentido transversal e não poderão ter largura inferior a 1,50M (um metro e cinqüenta centímetros).

 

Art. 20 - Nos cruzamentos das vias públicas os dois alinhamentos deverão ser concordados por um arco de circulo de raio mínimo de 3,00M (três metros), (anexo 1).

 

Art. 21 - Nas vias de circulação, cujo leito no esteja no mesmo nível dos terrenos marginais, ser obrigatório o talude, com sistema de proteção quanto a drenagem, cuja declividade máxima ser de 60% (sessenta por cento) e altura máxima de 6,00M(seis metros), (anexo I).

 

Parágrafo Único - O talude dever ser protegido por cobertura vegetal, podendo ser substituído por estrutura de contenção, as expensas do loteador.

 

Art. 22 - A identificação das vias e logradouros públicos, antes de sua denominação oficial, só poderá ser feita por meio de núneros ou letras.

 

SEÇÃO III

DO DESMEMBRAMENTO

 

Art. 23 - Nos projetos de desmembramento com área superior a 10.000M2 (dez mil metros quadrados), será exigida reserva de áreas publicas, destinadas implantação de equipamentos urbanos e, comunitários e espaços livres de uso público, não podendo ser inferior a 15% (quinze por cento) da gleba, observada a seguinte proporção:

 

a) 5% (cinco por cento) de áreas livres de uso público;

b) 10% (dez por cento) de áreas para equipamentos comunitários.

 

Art. 24 - Nos projetos de desmembramento decorrentes de loteamentos, cuja destinação de área pública tenha sido inferior a 35% (trinta e cinco por cento), a reserva de área pública deverá ser complementada, a critério do órgão municipal competente.

 

Art. 25 - Aplicam-se aos desmembramentos disposiç6es urbanísticas exigidas para o loteamento estabelecidas nos incisos I, II e III, do artigo 79 da presente Lei.

 

SEÇÃO IV

DAS DISPOSIÇÕES TÉCNICAS ESPECIAIS

 

Art. 26 - Os parcelamentos para fins industriais e outros capazes de poluir as águas e a atmosfera deverão ser previamente examinados pela Secretaria de Saúde do Estado.

 

Art. 27 - Os cursos d’água não poderão ser aterrados, canalizados ou tubulados sem previa anuncia da Prefeitura e do órgão estadual competente.

 

Art. 28 - Quando o loteamento ou desmembramento localizar-se em área limítrofe do município, ou que pertença a mais de um município, ou ainda quando o loteamento abranger área superior a 1 000.000,00M2 (um milhão de metros quadrados) caberá ao Estado o exame e anuência prévia para aprovação municipal.

 

Art. 29 - Quando um projeto de parcelamento envolver sítios de valor histórico, arquitetônico, arqueológico ou que contenham algum aspecto paisagístico de especial interesse, serão tomadas as medidas para sua defesa, podendo a Prefeitura Municipal estabelecer condições especificas para sua preservação.

 

CAPÍTULO III

DO PROCESSO DE APROVAÇÃO

 

SEÇÃO I

DA FIXAÇÃO DE DIRETRIZES PARA LOTEAMENTO

 

Art. 30 - Antes da elaboração do projeto de loteamento, o interessado deverá solicitar através de requerimento a Prefeitura Municipal, que defina as diretrizes urbanísticas para a gleba a ser loteada, apresentando, para este fim os seguintes elementos:

 

I - Planta plani-altimétrjca do imóvel, em 2(duas) cópias na escala 1:1000 (um para mil), com curvas de nível de metro em metro assinada pelo proprietário e por profissional legalmente habilitado no CREA - Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia e com a respectiva ART - Anotação de Responsabilidade Técnica, onde constem as seguintes informações:

 

a)    denominação, área e limite da área a ser loteada;

b) localização dos cursos d’água, nascentes e lagoas existentes no imóvel ou próximo a ele;

e) indicação de bosques, monumentos naturais e demais acidentes geográficos, além das árvores de porte existentes no sítio;

d) indicação das linhas de transmissão de energia, adutoras, obras, instalaç6es, serviços de utilidade pública existentes no local ou projetados numa faixa de 30,00M (trinta metros) das divisas da área a ser loteada;

e) indicação das ferrovias e rodovias com suas faixas de domínio, existentes numa faixa de 30,00M (trinta metros) das divisas da área a ser loteada;

f) indicação dos arruamentos contíguos ou vizinhos a todo o perímetro da área a ser loteada;

g) indicação do uso predominante a que se destinará o loteamento;

h) outras informaç6es que possam interessar a orientação geral do loteamento, quando solicitado pelo órgão competente da Prefeitura Municipal.

 

II - Planta de situação da gleba, a ser indicada com base na Carta do Brasil, elaborada pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE - edição 1978.

 

III - Declaração das concessionárias de serviço público de abastecimento de água e energia elétrica quanto viabilidade de atendimento da gleba a ser parcelada;

 

IV - A solução que deverá ser adotada para o esgotamento sanitário da gleba a ser parcelada.

 

Art. 31 - O órgão municipal competente indicará, num prazo máximo de 30 (trinta) dias, as seguintes diretrizes:

 

I - As vias de circulação do sistema viário básico do Município, relacionadas com a área que se pretende parcelar, de modo a permitir a articulação como sistema proposto;

 

II - Localização das áreas destinadas ao uso público;

 

III — Faixas de terrenos necessárias ao escoamento das águas pluviais;

 

IV - Faixas “non aedificanti” ao longo das águas correntes e dormentes e das faixas do domínio público das rodovias, ferrovias e dutos, de no mínimo 15,00m (quinze metros) de cada lado;

 

V - A reserva de faixa “non aedificandi’” destinada a equipamentos urbanos, tais como os de abastecimento de água, energia elétrica, serviços de esgoto, quando for o caso;

 

VI - Outras diretrizes em razão da declividade da área, quando for a caso.

 

SEÇÃO II

DA APROVAÇÃO DO LOTEAMENTO

 

Art. 32 - Observadas as diretrizes municipais quando da elaboração do projeto, o interessado deverá requerer Prefeitura Municipal a sua aprovação, acompanhado dos seguintes elementos:

 

I - Uma planta original do projeto em papel vegetal, ou uma cópia do original em vegetal copiativo, na escala de 1:1000 (um por mil) com curvas de nível de metro em metro, e mais 2(duas) cópias heliográficas, todas assinadas por profissional devidamente habilitado pelo conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia - CREA-ES, registrada na Prefeitura e pelo proprietário, contendo as seguintes indicações e informações:

 

a) subdivisão das quadras em lotes, com a respectiva dimensão e numeração,

b) as áreas públicas, com as respectivas dimensões, área e destinação prevista,

c) o sistema de vias com a respectiva hierarquia,

d) as dimensões lineares e angulares do projeto com raios, cordas, arcos, pontos de tangência e ângulos centrais das vias,

e) perfis longitudinais e transversais das vias de circulação e praças,

f) quadro demonstrativo da área total, das áreas úteis e áreas públicas;

 

II - Projeto de rede de esgotos sanitários, indicando o local de lançamento dos resíduos e tratamento, quando for o caso;

 

III — Projeto completo do sistema de alimentação e distribuição de água e respectiva rede de distribuição aprovado pelo órgão competente, responsável pelo serviço de distribuição de água, indicando a fonte abastecedora e volume;

 

IV - Projeto completo da rede de escoamento das águas pluviais, indicando e detalhando o dimensionamento dos caimentos de coletoras, assim como o local de lançamento;

 

V - Projeto completo da rede de energia elétrica aprovado pelo órgão competente, obedecendo às suas medidas, padrões e normas;

 

VI - Projeto de arborização das vias de comunicação;

 

VII - Memorial descritivo e justificativo do projeto, contendo a relação definitiva das quadras, lotes, arruamentos e respectivas áreas;

 

VIII - Cronograma de execução das obras.

 

Art. 33 - A realização das obras constantes do cronograma a ser aprovado, é obrigatória, sendo da responsabilidade exclusiva do proprietário a sua execução, que será fiscalizada pelos órgãos técnicos municipais competentes.

 

Art. 34 - A execução das obras deverá ser objeto de prestação de garantia, por parte do loteador, assegurada em Termo de Compromisso, no valor equivalente ao custo orçado das obras, segundo uma das seguintes modalidades:

 

I - Garantia hipotecária;

 

II - Caução em dinheiro, em títulos da dívida pública ou fidejussória.

 

Art. 35 - Na hipótese em que for adotada a modalidade de garantia hipotecária, deverá ser destinada, no mínimo, 40% (quarenta por cento) da área útil do loteamento para este fim.

 

Parágrafo Único - Na planta original e nas cópias do projeto do loteamento a Prefeitura identificará junto ao carimbo de aprovação as áreas a serem dadas em garantia.

 

Art. 36 - Do Termo de Compromisso a ser assinado no ato da aprovação constará, obrigatoriamente:

 

I - Expressa declaração do proprietário, obrigando-se a respeitar o projeto aprovado e o cronograma de obras;

 

II - Indicação e comprovante da modalidade de prestação de garantia; na hipótese da garantia hipotecária indicar as quadras e os lotes gravados;

 

III - Indicação das áreas públicas;

 

IV - Indicação das obras a serem executadas pelo proprietário e dos prazos em que se obriga a efetuá-las não podendo exceder a 2 (dois)anos.

 

Art. 37 - Cumpridas as exigências legais, o órgão municipal competente encaminhará o processo ao Prefeito Municipal que baixará o respectivo Decreto de aprovação do loteamento.

 

Parágrafo Único - O Decreto de aprovação deverá conter no mínimo, as seguintes informações:

 

I — Dados que caracterizem e identifiquem o imóvel;

 

II - Indicação das áreas destinadas ao uso público;

 

III - Indicação das áreas a serem dadas em garantia para a execução das obras, na hipótese da garantia hipotecaria.

 

Art. 38 - O órgão municipal competente terá o prazo máximo de 60 (sessenta) dias, a contar da data de entrada do processo na Prefeitura, para sua aprovação.

 

Art. 39 - O Alvará de Licença para início de obras deverá ser requerido à Prefeitura, pelo interessado, no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias, a contar da data do decreto de aprovação, caracterizando-se o início da obra pela abertura e nivelamento das vias de circulação.

 

§ 1º - O prazo máximo para o término das obras é de 2 (dois) anos, a contar da data de expedição do Alvará de Licença.

 

§ 2º - O prazo estabelecido no parágrafo anterior poderá ser prorrogado, a pedido do interessado, por período nunca superior à metade do prazo concedido anteriormente, à critério dos órgãos técnicos municipais.

 

Art. 40 - O projeto de loteamento aprovado poderá ser modificado mediante solicitação do interessado, dentro do prazo referido no Art. 39 desta Lei, antes de seu registro no registro de imóveis.

 

Parágrafo Único - A modificação do projeto somente poderá ser requerida, uma vez, quando será expedido novo Alvará de Licença.

 

Art. 41 - Aprovado o projeto de loteamento, o interessa do deverá submetê-lo ao registro imobiliário, dentro de um prazo de 180 (cento e oitenta) dias, a contar da data do Decreto de aprovação, sob pena de caducidade da aprovação, de acordo com a Lei Federal nº. 6.766/79.

 

Art. 42 - Uma vez realizadas as obras constantes dos projetos aprovados, a Prefeitura, a requerimento do interessado, e após a competente vistoria, liberará a garantia prestada através de um Termo de verificação de obras.

 

Parágrafo Único - A garantia prestada poderá ser liberada em etapas, através de uma declaração assinada pelo Prefeito Municipal medida que forem executadas as obras, na seguinte proporção:

 

I - 30% (trinta por cento) quando concluída a abertura das vias, assentamento de meio-fios e de rede de águas pluviais;

 

II - 70% (setenta por cento) quando concluída a instalação das redes de abastecimento de água, energia elétrica e rede de esgoto sanitário, quando for o caso.

 

SEÇÃO III

DAS DIRETRIZES URBANÍSTICAS PARA DESMEMBRANENTO

 

Art. 43 - Antes da elaboração do projeto de desmembramento o interessado mediante requerimento devera solicitar Prefeitura Municipal que defina as diretrizes urbanísticas juntando os seguintes documentos:

 

I - Plano plani-altimétrica da gleba de terreno, objeto do pedido, em 2 (duas) vias de cópia, na escala de 1:1000 (um por mil), com curvas de nível de metro em metro, assinada pelo proprietário ou seu representante legal, e por profissional legalmente habilitado no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia - CREA, e com a respectiva Anotação de Responsabilidade Técnica - ART, onde constem as seguintes in formações:

 

           a) denominação, situação, limites e divisas perfeitamente definidas, e com a indicação dos proprietários vizinhos, áreas e demais elementos de descrição e caracterização do imóvel;

 

b) a indicação do tipo de uso predominante no local;

c) indicação, com a exata localização, até a distancia de 200,00m (duzentos metros) das divisas da gleba objeto do pedido:

 

1) de nascentes, cursos d’água, lagoas, lagos, reservatórios d’água naturais e artificiais,

 

2) dos arruamentos contíguos ou vizinhos a todo o perímetro da gleba de terreno, das vias de comunicação, das áreas livres, dos equipamentos urbanos e comunitários existentes, com as respectivas distancias da área a ser desmembrada,

 

3) das ferrovias, rodovias, dutos e de suas faixas de domínio,

 

4) dos serviços públicos existentes, com a respectiva distância das divisas da gleba de terreno a ser parcelada,

 

5) de florestas, bosques, e demais formas de vegetação natural, bem como a ocorrência de elementos naturais, tais como, pedras, vegetação de porte e monumentos naturais,

 

6) de construções existentes, em especial de bens e manifestações de valor histórico e cultural.

 

II — Planta de situação da gleba a ser desmembrada, na escala de 1:10000 (um por dez mil).

 

Art. 44 - O órgão municipal competente indicar, num prazo máximo de 30 (trinta) dias, as seguintes diretrizes:

 

I - Localização das áreas destinadas ao uso público, quando for o caso;

 

II - Faixas “non aedificandi”, ao longo das águas correntes e dormentes e das faixas de domínio público das rodovias, ferrovias e dutos, de no mínimo 15,00m (quinze metros) de cada lado;

 

III - Faixas de terrenos necessários ao escoamento das águas pluviais.          

 

SEÇÃO IV

DA APROVAÇÃO DO DESMEMBRAMENTO

 

Art. 45 - O projeto de desmembramento devera ser elabora do observadas as diretrizes municipais, e o interessado mediante requerimento dever solicitar Prefeitura Municipal, a sua aprovação, acompanhado dos seguintes elementos:

 

I - Planta do projeto e, 2 (duas) cópias, na escala 1:1000 (um para mil), com curvas de nível de metro em metro, com subdivisão de área em lotes, com a respectiva numeração, dimensões e áreas;

 

II — Memorial descritivo do projeto, contendo a relação definitiva dos lotes e respectivas áreas.

 

Art. 46 - Cumpridas as exigências legais se o projeto de desmembramento estiver em condições de ser aprovado, o Prefeito Municipal baixará o respectivo Decreto de Aprovação do desmembramento.

 

Art. 47 - No prazo de 180 (cento e oitenta) dias, conta dos da data de aprovação do projeto, o proprietário deverá proceder a inscrição do desmembramento no Registro de Imóveis, sob pena de caducar a aprovação.

 

CAPÍTULO IV

DA FISCALIZAÇÃO, NOTIFICAÇÃO E VISTORIA

 

SEÇÃO I

DA FISCALIZAÇÃO

 

Art. 48 - A fiscalização da execução dos projetos do parcelamento do solo será exercida pelo órgão municipal competente através de seus agentes fiscalizadores.

 

Art. 49 - Compete Prefeitura Municipal no exercício da fiscalização:

 

I - Verificar a obediência dos “grades”, largura das vias e passeios, tipo de pavimentação das vias, instalação da rede de águas pluviais, de marcação dos lotes, quadras, logradouros públicos e outros equipamentos de acordo com os projetos aprovados;

 

II - Efetuar sempre que lhe aprouver às vistorias necessárias para aferir o cumprimento do projeto aprovado;

 

III - Comunicar aos órgãos competentes para as procedências cabíveis, as irregularidades observadas na execução do projeto aprovado.

 

IV - Realizar vistorias requeridas pelo interessado quando da conclusão de obras para a concessão do “habite-se”;

 

V - Adotar providências punitivas sobre projetos de parcelamento do solo não aprovados;

 

VI - Autuar as infrações verificadas e aplicar penalidades correspondentes.

 

SEÇÃO II

DA NOTIFICAÇÃO E VISTORIA

 

Art. 50 - Sempre que se verificar infração aos dispositivos desta Lei, o proprietário será notificado para corrigi-la.

 

Art. 51 - As notificações expedidas pelo órgão fiscalizador, mencionará o tipo de infrações cometida, determinando o prazo para correção.

 

Parágrafo Único - O não atendimento à notificação determinará aplicação de auto de infração, com embargo das obras por ventura em execução e multas aplicáveis de acordo com o Código Tributário Municipal.

 

Art. 52 - Os recursos de auto de infração serão interpostos no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, de sua ciência, dirigidos ao órgão municipal competente.

 

Art. 53 - A Prefeitura determinar “ex-officio” ou a requerimento, vistorias administrativas sempre que for denunciada ameaça ou consumação de desabamentos de terras ou rochas, obstrução ou desvio de cursos e canalização em geral, desmatamento de áreas protegidas por legislação específica.

 

§ 1º - As vistorias serão feitas por comissão designada pelo Prefeito Municipal;

 

§ 2º - O Prefeito Municipal formulará os quesitos que entender comissão, que proceder as diligências julgadas necessárias, comunicando as conclusões apuradas em laudo tecnicamente fundamentado.

 

§ 3º - A comunicação das conclusões apuradas serão encaminhada ao Prefeito Municipal, no prazo por este estipulado, que adotará as providências cabíveis.

 

Art. 54 - Das conclusões e da determinação do Prefeito Municipal, o proprietário será notificado para sanar as irregularidades mencionadas na notificação, no prazo estabelecido.

 

CAPÍTULO V

DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

 

Art. 55 - Examinar-se-á de acordo com o regime urbanístico vigente a época do seu requerimento, os processos administrativos protocolizados, antes da vigência desta Lei, e em nos órgãos técnicos municipais, de:

 

I - Aprovação de projeto de loteamento, ainda não concedida, desde que no prazo de 90 (noventa) dias, a contar da data da aprovação, seja promovido seu registro no Registro de Imóveis, licenciadas e iniciadas as obras;

 

II - Licenças para as obras de loteamento que ainda não haja sido concedida, desde que no prazo de 90 (noventa) dias, sejam licenciadas e iniciadas as obras.

 

Parágrafo Único - Considera-se iniciadas as obras que no loteamento caracterizem a abertura e o nivelamento das vias de circulação.

 

Art. 56 - Os processos administrativos de modificação de projetos serão examinados de acordo com o regime urbanístico vigente à época em que houver sido protocolizado na Prefeitura Municipal o requerimento de modificação.

 

Art. 57 - Decorridos os prazos a que se refere este Capítulo será exigido novo pedido de aprovação e de licença, com as disposições desta Lei.

 

Art. 58 - Esta Lei entrar em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

 

Gabinete do Prefeito Municipal de Boa Esperança, Estado do Espírito Santo, ao um dia do mês de outubro do ano de um mil novecentos e oitenta e seis.

 

REGISTRA-SE, PUBLIQUE-SE, CUMPRA-SE

 

ETURY BARROS

Prefeito Municipal

 

Registrada e Publicada na data Supra.

 

LUZIA ALVES DE SOUZA

Secretaria Municipal de Administração

 

Este texto não substitui o original publicado e arquivado na Câmara Municipal de Boa Esperança.